A fé de Tomé

24/11/2011 00:37

Ali estava os discípulos, reunidos as portas fechadas, trancafiados dentro de seus próprios medos. São símbolos de uma insegurança e tristeza por uma incerteza sobre o Jesus de Nazaré, em quem tinham posto todas as suas esperanças e acabou morrendo na cruz. É nessa situação que aparece o Jesus, no entardecer do dia da ressurreição. Cristo aparece no meio deles com uma mensagem nova: paz seja convosco. E para reafirmar que não é nenhuma ilusão, mostralhes as mãos e o lado, como prova de sua identidade pessoal. É ele mesmo. E concedelhes o Espírito Santo, assoprando sobre eles, com o mesmo gesto com o qual deu a vida a Adão, quando assoprou em suas narinas. Com isso, os discípulos possuem autoridade quando suas vidas fora transformadas no seu poder.

Na segunda parte do evangelho, outra aparição do Ressucitado (oito dias após). Na primeira, Tomé não se encontravae duvida que Jesus tivesse ressucitado mas, na segunda  aparição, está presente e contempla aquele que estivera morto, mas vive.

Tomé é modelo paradoxal da fé, pois se, a princípio, é paradígma da falta de fé, dúvida e da crise racionalista, tão frequente em nossos dias, posteriormente é o modelo de fé absoluta, hoje. Tomé se rende ao amor que Cristo comunica por meio de sua presença. 

Hoje, nos perguntamos, por que nos custa tanto acreditar na mensagem que o Cristo quer nos comunicar. Por que se faz necessário tantos sinais sensíveis, quando temos o maior de todos os sinais, que são a sua Igreja manifesta em adoração (serviço) vivendo em sua promessa? E para aqueles que dizem viver só por sua Palavra, não parece ser insuficiente. Por que que sua ressurreição é lembrado apenas por um tempo liturgico-retualístico? Na verdade, parece estarmos trancafiados em nossos medos pedindo a Ele um sinal de sua presença e, se possível for, que possamos tocar, novamente em suas feridas. Paulo Filoteus