Kierkegaard e Pascal: as vertigens da razão e o mistério da fé | CPFL Cultura (Vídeo)

27/01/2012 18:55

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Também penso como o Professor Franklin, sobre Sartre não ser ateu. Penso que Sartre vislumbra sua filiação divina e não suporta o longo e absurdo percurso existencial para realizar-se como filho que é. Sente-se onipotente ,rancoroso-imediatista reage na recusa desse pai aparentemente ausente, nega-o e não percebe que o Pai-Deus sabe e justo, por bondade não interfere nos conflitos naturais, próprios da adolescência de seu filho destinado a realizar-se em plenitude e semelhança, conforme originalmente foi um dia gerado.Similarmente a um bom pai humano, multiplica-se para formar um Lar e garantir a continuidade dos bens laboriosa-mente conquistados para o deleite comum a todos . Sartre viveu conflitos reais com seu pai humano e transferiu para Deus seu inconformismo. Negar Deus foi para Sartre sua batalha contra a náusea de ser-estar incompleto . Sartre ,cumpriu sua tarefa de adolescente revoltado carende de maturidade e publicou convencido e audaz o que julgou ser a verdade universal - uma criança humana tateando o desconhecido , num labirinto desafiador da mente à procura do oasis reconfortante da liberdade em plena luz. Desvendar Deus em nós é o mais belo absurdo, porque está no absurdo a verdadeira herança da semente divina que somos, assim como, para a bolota de carvalho, incapaz de ver-se iluminada e altiva compondo a beleza de num bosque e sua finalidade ali ou algures. Apostar no absurdo é como ficar diante da eternidade, confiante que a verdade será fiel à vida cumprindo-se e perpetuando-se infinitamente. Logo, o absurdo é tudo aquilo que ainda não aconteceu, assim penso eu. Sarte verdadeiramente não era ateu.