Fatores contribuintes para uma teologia da prosperidade. Lição 1

03/01/2012 10:53

 

Subsidio de Paulo Filoteus para lição 1/1º semestre 2012.

 

Tema da Lição: O surgimento da Teologia da Prosperidade.

Comentarista: pr. José Gonçalves

 
 

Raízes de uma teologia da prosperidade

É difícil rastrear onde e quando surgiu essa teologia da prosperidade mas, a história da igreja, especificamente no período em que se deu a reforma, podemos perceber onde o valor aos bens materiais passou a ser agregado como benção de Deus a vida dos cristãos.

No início da reforma, século XV, que tratou como grande afeição característica dos ensinos dos Reformadores, em especial a dignidade do homem, os sacerdotes medievais tinham dado um valor espiritual o distanciamento do mundo e abnegação das coisas materiais.

A vida devota dos sacerdotes isolados do contato humano e sem apego ao mundo. A religião não deveria consistir na abstenção das coisas boas. Diz Schaff que “na Idade Media, os mais religiosos eram os que fugiam do mundo, renegando a sociedade, o, lar e as satisfações usuais da vida”(ibidem)   

 Diz Schaff que “A reforma fez de cada homem um sacerdote”(p.72) e, “ela (reforma) lhe assegurou que o mundo e os bens temporais se destinam ao uso e bem-estar humano, e não para serem evitados”(ibidem).

A existência solitária e penosa constituía a vida ideal de um sacerdote. Neste mesmo período, um dos assuntos que mais se escreveu, foi o desprezo com que o mundo deveria ser encarado, assunto que até Inocêncio III escreveu.

A Reforma combateu esse tipo de ascetismo e ensinava que “o homem com o seu arado e a menina com sua vassoura prestam melhor serviço do que o monge que viva separado de seus semelhantes, praticando austeridade”(ibidem). Aqui então, foi dado ao povo uma nova ideia de vida próspera diante de Deus. Novamente foi anunciado as palavras que diz: “Toda criatura de Deus é boa e nada deve ser desprezado, se o receber com ações de graças”. Assim foi dado aos interesses humanos e aos bens da natureza uma importância que o medievalismo a muito tempo desdenhou. Nesse sentindo, a Reforma colocava o mundo sacerdotal de cabeça pra baixo.

Desde esta nova ideia, pregado pela Reforma, o mundo teológico sofreu muitas alterações e inovações.

A liberdade cristã do acesso direto a Deus, algo que fora negado pelo sacerdote medieval, agora era dado a todos.

Encarar os bens materiais como benção de Deus aos cristãos era algo nunca experienciado na teologia pós-medieval.

Estes fatos são importantes para conhecermos as ideias direta de bens materiais ligados a fé cristã, que tanto influenciou e influencia nossa teologia.

Para não irmos muito longe, pois o assunto é muito extenso, voltamos a lidar com nosso dia. É bom que se diga que a expressão “teologia da prosperidade”, assim como se vêem hoje, é algo totalmente novo. O modo como se confunde benção de Deus (a verdadeira prosperidade) com as realizações de seus caprichos mercantil, influenciado por um mercado consumista.

Para esses pregadores e defensores dessa teologia, não basta ter uma casa, é preciso ter “A casa”. Não basta ter um carro, tem de ser “O carro”. Sempre é preciso está em evidência em tudo que lhes der poder e status.

 

David S. Schaff, D. D., professor de história eclesiástica do seminário teológico do Oeste, Pittsburgh, e preletor de história da igreja Americana no seminário Teológico Unido de Nova York.

DAVID S. SCHAFF, D.D. Nossa crença e a de nossos pais. Impressa Metodista: São Paulo, 1496