Aluno ateu se sente constrangido a ter que rezar o pai-nosso na escola

04/04/2012 00:43

 

"O estudante Ciel Vieira (foto), 17, de Miraí (MG), não se conformava com a atitude da professora de geografia Lila Jane de Paula de iniciar a aula com um pai-nosso. Um dia, ele se manteve em silêncio, o que levou a professora a dizer: “Jovem que não tem Deus no coração nunca vai ser nada na vida”.
Era um recado para ele. Na classe, todos sabem que ele é ateu. A escola se chama Santo  Antônio e é do ensino estadual de Minas. Miraí é uma cidade pequena. Tem cerca de 14 mil habitantes e fica a 300 km de Belo Horizonte.
Quando houve outra aula, Ciel disse para a professora que ela estava desrespeitando a Constituição que determina a laicidade do Estado. Lila afirmou não existir nenhuma lei que a impeça de rezar, o que ela faz havia 25 anos e que não ia parar, mesmo se ele levasse um juiz à sala de aula.
Na aula seguinte, Ciel chegou atrasado, quando a oração estava começando, e percebeu ele tinha sido incluído no pai-nosso. Aparentemente com a aquiescência da professora, alguns estudantes substituíram a frase “livrai-nos do mal” por “livrar-nos do Ciel”. 
O rapaz gravou o bullying com o seu celular e o reproduziu em um vídeo no Youtube, onde expos a sua indignação (ver abaixo). 
E só então, por causa da repercussão do vídeo, a direção da escola e a inspetoria passaram a cuidar do caso, mas para dar um jeitinho, de modo que a professora pudesse continuar a rezar o pai-nosso sem a presença de Ciel.
Contudo, a Secretaria de Estado da Educação, ao ser procurada pela Folha de S.Paulo, informou que a professora Lila tinha sido orientada a parar de rezar. Não se tem a versão da professora porque ela não quis falar com a imprensa.
O estudante gravou um segundo vídeo para contar o desfecho do imbróglio e agradecer o apoio da Atea (Associação Brasileira dos Ateus e Agnósticos), de familiares e dos parentes.
Ao jornal, a  mãe de Ciel comentou: “Até chorei quando vi o vídeo [o primeiro] dele. Meu filho sempre foi um aluno ético”.
Ela é espírita."         
Fonte https://www.paulopes.com.br/2012/04/reacao-de-aluno-ateu-bullying-acaba-com.html#ixzz1r2XEKMjl 
 

Infelizmente, a questão de não saber lidar com as diferenças, não é só da religião. Nossa sociedade é descriminatória de cor, altura, magro, gordo, pobre, rico etc.. Criamos grupos, clubes, igrejas, onde só aceitamos o igual. O ato de proselitismo, praticado nas igrejas, geralmente não passa de um esforço para tornar o outro igual, no grupo. Pensar diferente é razões de divisões no grupo. Não sabem dialogar. O que isso tem haver com a questão aqui proposta? Tudo. Pois, quero demonstrar que a religião forma pessoas intolerantes às diferenças. O sinônimo de religioso parece ser uma atitudes de intolerância religiosa. Não admiro que essa religiosidade tenha contribuído tanto para uma evolução de um ateísmo. Sou cristão, mas completamente ateu quanto ao modelo de cristianismo defendido por muitos religiosos. Exstem ateu que são mais éticos que certos religiosos, e disso parte muita crítica feita por ateus no mundo. Há quem defenda que Sartre não era ateu, mas que apenas defendia uma espiritualidade que mesmo sem Deus, ela permaneceria espiritual. Explicando melhor, um Cristão seria ético com o seu próximo se Deus não existia? Esta aí. As pessoas fazem pela razão de querer agradar a Deus e não simplesmente pelo dever ético para com o próximo. Aprendemos sobre fé, amor, humildade etc. mas, todas elas são vazias e sem sentido sem o respeito e a tolerância, pois não cabe a nenhum homem persuadir o coração de quem seja. 

 

Paulo Filoteus