Subsídio ao comentário da Lição 2, por Paulo Filoteus.

04/01/2012 21:36

 

Subsídio ao comentário da Lição 2, por Paulo Filoteus.

Tema da lição 2: A prosperidade no Antigo Testamento.

 

A riqueza não é sinônimo de prosperidade nem a prosperidade é sinônimo de riqueza.

 

No Antigo Testamento, a riqueza é tratada com certa advertência e, por parte dos profetas, são feitas severas críticas.

Em Deuteronômio 8, diz:

“Guarda-te que não te esqueças do SENHOR teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno; para não suceder que, havendo tu comido e fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, e se tiverem aumentado os teus gados e os teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, se eleve o teu coração e te esqueças do SENHOR teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;” (Deuteronômio 8:11-14)

 

Nesta passagem, a advertência é quanto ao esquecimento do Senhor, após a alma ter se fartado de bens, como conseqüência da prosperidade recebida. A alma deve se lembrar que foi o Senhor quem concedeu todas essas bênçãos. A prosperidade é promessa para aqueles que temem ao Senhor, porém, a profecia alerta ao coração soberbo que venha esquecer dos benefícios dos Senhor. Como diz o Salmista: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”. Salmos 103:2.

Neste contexto, a prosperidade pode proporcionar em acúmulos de bens mas, a alma pode se inchar e esquecer do Senhor. Porém, não quer dizer que este tenha alcançado a verdadeira riqueza.

 

Em Amós 4. 1-3; 8.4-14 e Miquéias 3.1-4, a advertência é contra os ricos que oprimem o pobre.

“Ouvi esta palavra vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis aos pobres, que esmagais os necessitados, que dizeis a vossos senhores: Dai cá, e bebamos.” Amós 4:1

Deus não condena a riqueza mas reprova o comportamento dos ricos insensatos que esquece dos pobres e necessitados.

Devemos fazer uma distinção entre riqueza e prosperidade, pois a primeira não é sinônimo da segunda, nem a segunda é sinônimo da primeira.

 

A ideia de prosperidade no espírito capitalista cristão, atual, tem dado aos crentes uma visão distorcida de prosperidade.

Muitos cristãos buscam riquezas como símbolo da prosperidade e não são poucos que se frustram nessa empreitada. Quantas profecias, quantas incitações que se fazem em nome do Senhor, de conquistas e obtenção de bens que nunca se realizam, levando muitos crentes a se sentirem desprovidos da benção do Senhor, pelo fato de nada terem sido concluídos em sua vida.

Não se cumpre por que não é o tipo de promessa que encontramos nas escrituras. Não devemos deixar que nossos anseios seja influenciados por um comportamento mundano de busca desgarrada por riqueza e bens.

Muitos são os que se inflamam em votos e promessas em busca do tão sonhado sucesso financeiro. O evangelho não veio para isso! Dizem eles, “Deus quer que você coma o melhor desta terra” mas, o melhor que idealizamos, muitas vezes, é o ideal da elite burguesa, cheio de ostentação. Olha a advertência do Senhor: “O que quer enriquecer depressa é homem de olho maligno, porém não sabe que a pobreza há de vir sobre ele.” Prov. 28.22

 

O pobre, no antigo testamento, era visto como um mal, castigo de pecado, sinônimo de preguiça.

O Cristo foi o pobre de Javé (Lucas 2.1-20; 6.20-26 e Is. 42.1-4).

Não é o fato de sua profissão de carpinteiro que faz dele um pobre. A carpintaria era uma das profissões mais rendáveis da época. Imagine a grande construção das embarcações, mobília, telhados e tantas outras utilidades que, com certeza, era função do carpinteiro.  

O Cristo, como sua família, não era rico mas era próspero em seu negócio.

Ele era pobre pois nascera em cidade simples, de roupas simples e família simples.   

Se fosse hoje, muitos líderes evangélicos sentiriam vergonha de andar com este Cristo. Com certeza, ficariam do lado dos sacerdotes da época, ostentando as regalias do governo.

Não é por acaso que o Cristo se identifica com os pobres, comem com os pobres e sempre fala aos pobres. O Cristo traz um evangelho aos pobres e os ricos eram excluídos do seu sermão. (Lc. 12.16-21; Tiago 5.1-6; 1Cor 7.29-31)

Com isso, o Cristo acode os pobres que eram excluídos pelos sacerdotes e pelos ricos do Antigo Testamento.

 

Deus não vive em prol dos desejos ímpetos dos homens. Mas, está pronto a “Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano” e, como diz o Salmista, “Cumpriste-lhe o desejo do seu coração, e não negaste as súplicas dos seus lábios.” Salmo 21.2 e, ainda diz o Salmista: “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume;” Prov. 30.8

Amém!